terça-feira, 18 de novembro de 2008

Rachel de Queiroz, a primeira mulher na ABL

Estátua de Rachel na Praça General Tibúrcio, em Fortaleza.


Há 98 anos, em 17 de novembro de 1910, nascia uma grande escritora brasileira: Rachel de Queiroz - a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e considerada por muitos a maior escritora brasileira.


Ela era filha de Daniel Queiroz Lima e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família do escritor José de Alencar.


Em 1925 Estreou na imprensa no jornal O Ceará, escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano lançou em forma de folhetim o primeiro romance, História de um Nome.


Aos vinte anos, ficou nacionalmente conhecida ao publicar O Quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, tem papel de destaque no desenvolvimento do romance nordestino.


Na juventude apresentou tendências esquerdistas, sendo presa em 1937, em Fortaleza, acusada de ser comunista.


Já escritora consagrada, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939. No mesmo ano foi agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Escreveu ainda João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950).


Sua eleição, em 4 de novembro de 1977, para a cadeira 5 da ABL causou certo frisson nas feministas de então. Mas a reação da escritora ao movimento foi bastante sóbrio. Numa entrevista, em meio ao grande furor que sua nomeação causou, declarou: "Eu não entrei para a ABL por ser mulher. Entrei, porque, independentemente disso, tenho uma obra. Tenho amigos queridos aqui dentro. Quase todos os meus amigos são homens, eu não confio muito nas mulheres."


Lançou Dôra, Doralina em 1975, após lançou Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina adaptada para a televisão (Rede Globo) em 1994. Publicou um volume de memórias em 1988.


Morreu de problemas cardíacos, no seu apartamento, dias antes de completar 93 anos.


Principais obras

  • O quinze, romance (1930)
  • João Miguel, romance (1932)
  • Caminho de pedras, romance (1937)
  • As três Marias, romance (1939)
  • A donzela e a moura torta, crônicas (1948)
  • O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950)
  • Lampião, teatro (1953)
  • A beata Maria do Egito, teatro (1958)
  • Cem crônicas escolhidas (1958)
  • O brasileiro perplexo, crônicas (1964)
  • O caçador de tatu, crônicas (1967)
  • O menino mágico, infanto-juvenil (1969)
  • Dora, Doralina, romance (1975)
  • As menininhas e outras crônicas (1976)
  • O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)
  • Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986)
  • Memorial de Maria Moura, romance (1992)
  • Teatro, teatro (1995)
  • Nosso Ceará, relato, (1997) (em parceria com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
  • Tantos Anos, auto-biografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
  • Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Prepare-se para a nova língua portuguesa

A partir do início de 2009, fique atento: entra em vigor em janeiro o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que prevê a padronização ortográfica entre todos os países da língua portuguesa.

A reforma ortográfica vem sendo discutida desde 1990 pelos países que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste.


O Brasil será o primeiro país a implementar as regras oficialmente. Mas não se assuste: as mudanças serão feitas de forma paulatina, com um prazo de conclusão até o início de 2013. Durante os quatro anos de transição as as duas formas serão aceitas.


As mudanças devem atingir aproximadamente 0,5% das palavras adotadas no Brasil. Nos demais países as alterações podem alcançar 1,6%. As mudanças mais significativas estão relacionadas à acentuação de palavras, incluindo a extinção do trema.


Veja o que muda com a reforma


• O alfabeto passa de 23 para 26 letras, com a inclusão de “k”, “y” e “w”.


Acentuação


Acento agudo


• Eliminação do trema. Exemplo: bilíngue. Só será mantido em palavras estrangeiras, como Hübner.


• Nas paroxítonas desaparece o acento agudo dos “i” e “u” tônicos depois de ditongos. Exemplo: feiura.


• Não leva acento o “u” tônico de formas rizotônicas dos verbos arguir e redarguir. Exemplo: arguem.


• O acento agudo de palavras paroxítonas com ditongos abertos “éi” e “ói” deixam de existir. Exemplos: ideia e heroico.


• Fica facultativo o emprego de acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito, em diferenciação à grafia do presente do indicativo. Exemplos: amámos, cantámos.


Acento circunflexo


• Palavras terminadas em “ôo” deixam de ser acentuadas. Exemplo: voo.


• As formas verbais da terceira pessoa do plural terminadas em “êem” perdem o acento circunflexo. Exemplos: leem, veem.


• Ficam aceitas as duas formas: econômico/económico, acadêmico/académico, fêmur/fémur.


Grafia


• A reforma aceita duplas grafias em algumas palavras se elas forem pronunciadas tal como são escritas. Exemplo: facto/fato.


Hífen


• Expressões que perderam a noção de composição devem ser grafadas sem hífen. Exemplo: mandachuva, paraquedas.


• Emprega-se o hífen quando a segunda palavra começa com “h” ou quando inicia com a mesma vogal que encerra a primeira. Exemplo: pré-história, super-homem, micro-ondas.


• Exclui-se o hífen quando a segunda palavra inicia com “r” ou “s” ou com vogal diferente da que encerra a primeira. Ex.: antissemita, antirreligioso, autoestrada. Exceção: quando o “r” vem do prefixo (hiper, inter, super). Exemplo: super-rápido.


Tema do amor por Gabriela


Todos os dias esta saudade, felicidade cadê você
Já não consigo viver sem ela
Eu vim à cidade pra ver Gabriela
Tenho pensado muito na vida
Volta bandida, mata essa dor
Volta pra casa, fica comigo
Eu te perdôo com raiva e amor


Chega mais perto, moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa é um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol


Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce, é meu sal
Mas quem sou eu nessa vida tão louca
Mais um palhaço no teu carnaval


Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor


Do LP "Tom Jobim e Convidados", Philips/PolyGram, 1985.


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Helena: o céu ao alcance das mãos


Helena Kolody (1912-2004), é a mais consagrada poetisa do Paraná.

Helena passou parte da infância na cidade de Rio Negro, na divisa com Santa Catarina, onde fez o curso primário. Estudou piano, pintura e, aos doze anos, fez seus primeiros versos. Seu primeiro poema publicado foi A Lágrima, aos 16 anos de idade, e a divulgação de seus trabalhos, na época, era através da revista Marinha, de Paranaguá.

Aos 20 anos, Helena iniciou a carreira de professora do Ensino Médio e inspetora de escola pública. Lecionou no Instituto de Educação de Curitiba por 23 anos.

Seu primeiro livro, publicado em 1941, foi Paisagem Interior, dedicado a seu pai, Miguel Kolody, que faleceu dois meses antes da publicação.


Helena praticava principalmente haicai, uma forma poética de origem japonesa, cuja característica é a concisão - ou seja, a arte de dizer o máximo com o mínimo. Foi a primeira mulher a publicar haicais no Brasil, em 1941.

Foi admirada por poetas como Carlos Drummond de andrade e Paulo Leminski, com quem teve uma grande relação de amizade pessoal e literária.

Dona de uma enorme coleção de adjetivos-virtudes, palavras-emblemas, atribuídos a ela pelo povo paranaense, Helena deixou uma obra, que na qualidade lembra outra grande poeta: Cecília Meirelles. O amor que ela conquistou pelos poemas, pelos livros, juntou-se à lira de sua poesia feita de canções à vida, da solidariedade, da natureza e a inquietude da condição humana.


Alguns haicais de Helena

Poesia mínima
Pintou estrelas no muro
e teve o céu
ao alcance das mãos.


Último
Vôo solitário
na fímbria da noite
em busca do pouso distante.


Aplauso
Corrida no parque
O menino inválido
Aplaude os atletas.


Alegria
Trêmula gota de orvalho
presa na teia de aranha,
rebrilhando como estrela.


Flecha de sol
A flecha de sol
pinta estrelas na vidraça.
Despede-se o dia.


Ipês floridos
Festa das lanternas!
Os ipês se iluminaram
de globos de cor-de-ouro.


Qual?
Damos nomes aos astros...
Qual será nosso nome
nas estrelas distantes?


Manhã
Nas flores do cardo,
leve poeira de orvalho.
Manhã no deserto.


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Outubro, mês de mestres fantásticos

Caros amigos do Farol do Saber Tom Jobim, o tempo voa e já estamos em outubro, décimo mês do ano no calendário gregoriano. Mês que deve seu nome à palavra latina octo (oito), porque era o oitavo mês do calendário romano - que começava em março. Uma curiosidade: outubro começa sempre no mesmo dia da semana do que o mês de janeiro - isso quando não é ano bissexto, como 2008...

Mas outubro é um mês recheado de aniversários importantes. Foi neste mês, por exemplo, que nasceu em São Paulo Mário de Andrade, poeta, romancista, e ensaísta brasileiro, o mentor da Semana de Arte Moderna de 1922, evento que mudou os rumos da literatura e das artes no Brasil.

Outro importante escritor brasileiro a nascer neste mês foi o mineiro Fernando Sabino, contista e romancista, autor de premiadas obras como O encontro marcado, A mulher do vizinho e O grande mentecapto.

Neste mês também veio ao mundo o mestre Cartola, compositor carioca e um dos fundadores da Mangueira que pode ser considerado um dos maiores poetas do país: compôs mais de 500 canções, entre elas obras-primas como As rosas não falam, Alvorada, O mundo é um moinho e O sol nascerá. Bons tempos do samba carioca...

Nasceu também o polêmico francês Oscar Wilde, autor de peças de teatro, contos infantis, novelas e um único romance, o consagrado O retrato de Dorian Gray.

Foi numa bela manhã do dia 19 de outubro de 1913 que nasceu um de nossos maiores poetas, e também o maior parceiro musical de Tom Jobim: Vinícius de Moraes. O "Poetinha", como era conhecido, teve uma obra vasta, passando também pela literatura, teatro e cinema.

Os mais novos talvez não conheçam, mas quem tem mais de 30 anos certamente já assistiu pelo menos uma telenovela escrita pelo brilhante Dias Gomes, nascido em 19 de outubro de 1922. Foi um dos maiores, senão o maior, dramaturgo da história da TV brasileira, autor de novelas espetaculares como Roque Santeiro, Saramandaia, Mandala e Araponga. Mas sua obra mais genial foi, sem dúvidas, O Bem Amado, que primeiro foi novela e anos mais tarde virou um seriado de televisão.

Nasceu também em um mês de outubro um dos autores mais controversos na história da filosofia moderna: o alemão Friedrich Nietzsche.

Assim como um verdadeiro ícone do século XX: o norte-americano John Lennon, músico, cantor, compositor, escritor e ativista.

Por último, cito duas personalidades prá lá de especiais.

O primeiro é o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. "Havia uma pedra no meio do caminho..."

A segunda, e última, é a nossa eterna Helena Kollody. Nossa porque é daqui, paranaense, nasceu em Cruz Machado e passou a infância em Rio Negro, onde fez seus primeiros versos, mas depois radicou-se em Curitiba, cidade que amava. Helena se tornou uma das poetisas mais importantes de nosso estado e praticava principalmente o haicai, que é uma forma poética de origem japonesa cuja característica é a concisão - ou seja, a arte de dizer o máximo com o mínimo. Foi a primeira mulher a publicar haicais no Brasil, em 1941.

Durante o mês, falaremos um pouquinho mais destes gênios. Os gênios de outubro.

É pau, é pedra...



Águas de Março. Fantástica composição de Tom. Na voz do próprio Tom e da extraordinária Elis Regina.

É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...

É um caco de vidro
É a vida é o sol
É a noite é a morte
É um laço é o anzol...

É peroba do campo
É o nó da madeira
Caingá, Candeia
É o matita-pereira...

É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É um mistério profundo
É o queira ou não queira...

É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga é o vão
Festa da Cumeeira...

É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira...

É o pé é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira...

É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato é uma fonte
É um pedaço de pão...

É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho...

É um estrepe é um prego
É uma ponta é um ponto
É um pingo pingando
É uma conta é um conto...

É um peixe é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando...

É a lenha é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
Estilhaço na estrada...

É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama é a lama...

É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã...

São as águas de março
Fechando o verão
E a promessa de vida
No teu coração...

É uma cobra é um pau
É João é José
É um espinho na mão
É um corte no pé...

São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

É pau é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho...

É um passo é uma ponte
É um sapo é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã...

São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...

-Pau, -Edra, -Im, -Inho
-Esto, -Oco, -Ouco, -Inho
-Aco, -Idro, -Ida, -Ol
-Oite, -Orte, -Aço, -Zol...

São as águas de março
Fechando o verão
É a promessa de vida
No teu coração...


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

De volta à primavera

Estamos de volta, após o feriadão da Independência. Pois é, amigos, já estamos em setembro. O tempo voa.

Bem, setembro é o nono mês do ano no calendário gregoriano, tendo a duração de 30 dias. O seu nome tem origem na palavra latina septem (sete), dado que era o sétimo mês do calendário romano.


Por volta do dia 22, o sol cruza o Equador celeste rumo ao sul; é o equinócio de setembro, começo do outono no Hemisfério Norte e da primavera para nós, do Hemisfério Sul.


É também um mês no qual nasceram grandes escritores e artistas. Como, por exemplo, Dante Alighieri, o principal poeta da língua italiana, conhecido como il sommo poeta ("o sumo poeta"), autor da fascinante obra A Divina Comédia, na qual descreve de maneira fascinante uma viagem pelo Inferno, pelo Purgatório e pelo Paraíso divino.


Outro notável escritor nasceu no dia 29 de setembro: o espanhol Miguel de Cervantes, autor da mais importante obra escrita em castelhano, Don Quixote de La Mancha.


Também em setembro nasceu o poeta português Manuel Barbosa du Bocage, ou simplesmente Bocage, possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano.

Em 15 de setembro de 1890 nascia Agatha Mary Clarissa Mallowan, a mundialmente famosa Agatha Christie. A britânica foi uma das maiores romancistas policiais da história e autora de mais de oitenta livros! Suas obras são as mais traduzidas de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelos livros de Shakespeare.

Aqui no Brasil, quem aniversaria são os gaúchos Lya Luft, romancista, poetisa e tradutora, e Luis Fernando Veríssimo, conhecido por suas crônicas e textos de humor, publicados diariamente em vários jornais brasileiros - inclusive no paranaense Gazeta do Povo. Também em setembro nasceu o já falecido jornalista e escritor Paulo Francis.

O mestre do horror Stephen King nasceu em 21 de setembro de 1947, nos Estados Unidos. Seus livros já foram publicados em mais de 40 países e muitas das suas obras foram adaptadas para o cinema, como Cemitério Maldito, O Iluminado e Carrie, a estranha.

Setembro também é o mês em que morreu outro importante poeta da língua castelhana: o chileno Pablo Neruda.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mês do cachorro louco?

Agosto é popularmente conhecido como o "mês do cachorro louco". Mas você sabe por quê? Dizem que nesse mês os cães ficam com raiva... Mas raiva de quê? Porque os bichos estão de mal com a vida neste mês? Ou amalucados?

Claro que há uma explicação científica para o título, ainda que muito vaga. Na verdade, não se trata de raiva no sentido literal da palavra, mas sim um vírus que em agosto tem o maior pico de transmissão entre os animais porque há uma maior concentração de cadelas no cio, em decorrência das condições climáticas. Especialistas dizem que a briga pelas cadelas no cio também é um grande fator para o contagio: os cachorros acabam se machucando, abrindo feridas e se contaminando.

Por isso é tão importante vacinarmos nossos animais de estimação.

Mas o fato é que essa crendice popular acabou pegando, e o mês ficou conhecido por carregar "energias negativas".

Contra isso, os mais folclóricos costumam buscar proteção em figas, pés-de-coelho, trevos, medalhinhas de santos e outros tantos símbolos populares.


Bom, alguns fatos políticos ocorridos no mês de agosto ajudam a reforçar a tese:


24/08/1954
- Tido como o maior estadista que o Brasil já teve no governo, o presidente Getúlio Vargas se suicida, no Rio de Janeiro, para escapar à pressão dos adversários que o atacavam, aproveitando o "mar de lama" que havia invadido seu governo;

25/08/1961
- "Forças ocultas" levam Jânio Quadros a renunciar, deflagrando uma crise política. O vice, João Goulart, que estava em viagem à China, termina vítima de um golpe militar dois anos depois;

27/08/1969
- Segundo general a assumir a Presidência depois do golpe de 64, Costa e Silva sofre uma trombose e é afastado do governo. Quatro dias depois, uma junta formada pelos três ministros militares assume o poder, excluindo o vice-presidente Pedro Aleixo, que era civil.

22/08/1976
- O ex-presidente Juscelino Kubitschek morre em um acidente automobilístico cujas causas até hoje não foram bem esclarecidas;

25/08/1992
- A CPI do PC aprova o relatório final dos trabalhos, incriminando o presidente Fernando Collor e deflagrando o processo de impeachment.

É mole?


Mas nem só de tragédias vive o mês de agosto.

Foi neste mês que nasceram diversos escritores importantes, como os brasileiros Antônio Gonçalves Dias, Jorge Amado, Millôr Fernandes, o francês Guy de Maupassant e o americano Charles Bukowski. Foi em agosto, também, que nasceu um dos maiores gênios das artes plásticas: Andy Warhol. Durante o mês, falaremos um pouquinho mais sobre estas personalidades.

Como se vê, agosto não é só um mês de desgosto!


quarta-feira, 30 de julho de 2008

Mário Quintana, 102 anos


Há 102 anos, no dia 30 de julho de 1906, nascia em Alegrete (RS) um dos maiores poetas e jornalistas brasileiros: Mário Quintana.

Era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda Quintana. Fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou na Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.

Considerado o poeta das coisas simples e com um estilo marcado pela ironia, profundidade e perfeição técnica, trabalhou como jornalista quase que a sua vida toda. Traduziu mais de 130 obras da literatura universal, entre elas Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, Mrs. Dalloway, de Virgínia Woolf, e Palavras e sangue, de Giovani Papini.

Em 1953 trabalhou no jornal Correio do Povo (Porto Alegre). Trabalhava como colunista da página de cultura, que saía no dia de sábado, e em 1977 saiu do jornal.

Em 1940 lançou o seu primeiro livro de poesias, A rua dos cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966 foi publicada a sua Antologia poética, com 60 poemas inéditos, organizada por Rubem Braga e lançada para comemorar seus 60 anos, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. Em 1980 recebeu o Prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra.

Viveu grande parte da vida em hotéis, sendo o último deles o Hotel Majestic, no centro velho de Porto Alegre, que foi tombado e transformado em centro cultural e batizado como Casa de Cultura Mário Quintana, em sua homenagem, ainda em vida. Em seus últimos anos de vida, era comumente visto caminhando nas redondezas.

Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.

Protesto contra a ABL

Mario Quintana tentou três vezes vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou e escreveu seu conhecido Poeminha do contra:

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho
Eles passarão...
Eu passarinho!


OBRA DO AUTOR


Poesia
  • A Rua dos Cataventos - Porto Alegre, Editora do Globo, 1940
  • Canções - Porto Alegre, Editora do Globo, 1946
  • Sapato florido - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948
  • O aprendiz de feiticeiro - Porto Alegre, Editora Fronteira, 1950
  • Espelho mágico - Porto Alegre, Editora do Globo, 1951
  • Inéditos e esparsos - Alegrete, Cadernos do Extremo Sul, 1953
  • Poesias - Porto Alegre, Editora do Globo, 1962
  • Caderno H - Porto Alegre, Editora do Globo, 1973
  • Apontamentos de história sobrenatural - Porto Alegre, Editora do Globo / Instituto Estadual do Livro, 1976
  • Quintanares- Porto Alegre, Editora do Globo, 1976
  • A vaca e o hipogrifo - Porto Alegre, Garatuja, 1977
  • Esconderijos do tempo - Porto Alegre, L&PM, 1980
  • Baú de espantos - Porto Alegre - Editora do Globo, 1986
  • Preparativos de viagem - Rio de Janeiro - Editora Globo, 1987
  • Da preguiça como método de trabalho - Rio de Janeiro, Editora Globo, 1987
  • Porta giratória - São Paulo, Editora Globo, 1988
  • A cor do invisível - São Paulo, Editora Globo, 1989
  • Velório sem defunto - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1990
  • Água - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 2001
Livros infantis
  • O batalhão das letras - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948
  • Pé de pilão - Petrópolis, Editora Vozes, 1968
  • Lili inventa o mundo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983
  • Nariz de vidro - São Paulo, Editora Moderna, 1984
  • O sapo amarelo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1984
  • Sapato furado - São Paulo, FTD Editora, 1994
Antologias
  • Antologia poética - Rio de Janeiro, Ed. do Autor, 1966
  • Prosa & verso - Porto Alegre, Editora do Globo, 1978
  • Chew me up Slowly (Caderno H) - Porto Alegre, Editora do Globo / Riocell, 1978
  • Na volta da esquina - Porto Alegre, L&PM, 1979
  • Objetos perdidos y otros poemas - Buenos Aires, Calicanto, 1979
  • Nova antologia poética - Rio de Janeiro, Codecri, 1981
  • Literatura comentada - Editora Abril, Seleção e Organização Regina Zilberman, 1982
  • Os melhores poemas de Mário Quintana (seleção e introdução de Fausto Cunha)- São Paulo, Editora Global, 1983
  • Primavera cruza o rio - Porto Alegre, Editora do Globo, 1985
  • 80 anos de poesia - São Paulo, Editora Globo, 1986
  • Trinta poemas - Porto Alegre, Coordenação do Livro e Literatura da SMC, 1990
  • Ora bolas - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 1994
  • Antologia poética - Porto Alegre, L&PM, 1997
  • Mario Quintana, poesia completa - Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 2005

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Nossa equipe

Profa. Janete Moro (atendente período da manhã); Profa Salete (tarde e noite); Marli (bibliotecária responsável pelo Farol); Avany Marcia, Rosane Poli (gerente da Gerência de Farois do Saber e Bibliotecas); Avaní (responsável pelos estagiários); Profa. Leunice (atendente, período da tarde); Profa Ilda (manhã e noite) e Viviane (limpeza).

sábado, 19 de julho de 2008

Tom ao vivo


Wave
- versão instrumental.


quarta-feira, 16 de julho de 2008

Horário especial de férias

Atenção pessoal!

O Farol do Saber Tom Jobim está atendendo em horário especial de férias, até o dia 28 de julho: das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.


terça-feira, 15 de julho de 2008

Anarquista, graças a Deus


Outra grande escritora que comemoraria aniversário este mês seria Zélia Gattai (foto). Filha de imigrantes italianos, ela nasceu em 2 de julho de 1916, na capital de São Paulo, onde viveu toda a sua infância e adolescência. Zélia participava, com a família, do movimento político-operário que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX. Aos 20 anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luiz Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.

Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela anistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.

Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.

Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa , na Sorbonne. De 1950 a 1952, a família viveu na Tchecoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.

Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estréia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar 20 anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.

Anarquistas
foi adaptado para minissérie pela Rede Globo de Televisão e as memórias, Um chapéu para viagem , foram adaptadas para o teatro.

Baiana por merecimento, Zélia Gattai, em 1984, recebeu o título de Cidadã da Cidade do Salvador.

Na França, recebeu o título de Cidadã de Honra da Comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).

A Prefeitura de Taperoá, no Estado da Bahia, homenageou Zélia Gattai dando o nome da escritora à sua Fundação de Cultura e Turismo, em 2001.

Faleceu recentemente, no dia 17 de maio de 2998.

Obras da autora disponíveis no Farol do Saber Tom Jobim:
  • Anarquistas Graças a Deus
  • Chão de Meninos
  • Jardim de Inverno
  • Senhora Dona do Baile

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Mais fotos do aniversário



Amigos do farol curtem o show do músico Daniel Faria.

Na última foto, Ilda, Viviane e a bibliotecária Marli, responsável pelo Farol.

sábado, 12 de julho de 2008

Metamorfose ambulante

Este é o retrato mais conhecido de Franz Kafka.

Um dos aniversariantes deste mês seria Franz Kafka, nascido no dia 3 de julho de 1883 em Praga, na atual República Tcheca. Um dos maiores contistas da história da literatura mundial.

Filho de um abastado comerciante judeu, Kafka cresceu sob as influências de três culturas: a judia, a tcheca e a alemã.

Formado em direito, ele fez parte, junto com outros escritores da época, da chamada Escola de Praga. Esse movimento era basicamente uma maneira de criação artística alicerçada em uma grande atração pelo realismo, uma inclinação à metafísica e uma síntese entre uma racional lucidez e um forte traço irônico.

Esse híbrido de ironia e lucidez aparece na maioria dos textos de Kafka.

Suas obras também conseguem formalizar e abrigar leituras totalmente relacionadas com a condição do ser humano moderno.O olhar kafkiano é direcionado para coisas como a opressão burocrática das instituições, a "justiça" e a fragilidade do homem comum frente a problemas cotidianos.

O primeiro livro de Kafka foi "Consideração", publicado em 1913.

No ano seguinte à publicação da sua primeira obra, Kafka sofreu uma grande crise emocional.

Alguns estudiosos afirmam que esta crise foi causada por motivo de seu noivado, outros defendem que o autor tcheco teria ficado emocionalmente abalado com início da 1ª Guerra Mundial ocorrido no mesmo ano.

As obras mais famosas de Kafka foram escritas entre 1913 e 1921, são elas: "A Metamorfose", "O Processo", "O Castelo", "O Foguista" (que é na verdade o primeiro capítulo de "América"), "A Sentença" e "O Artista da Fome".

Em 1920, Kafka abandonou seu emprego em uma companhia de seguros por razões de saúde. Havia contraído tuberculose. Nos anos 1920 e 1921, Kafka relacionou-se com a escritora tcheca Milena Jesenká-Pollak, mas seu grande amor foi por uma mulher que conheceria apenas no final de sua vida, Dora Dyamant.

As histórias criadas por esse judeu tcheco que escrevia em alemão deram voz ao indivíduo que caminha nas ruas das grandes cidades contemporâneas. O personagem Gregor Samsa, de Metamorfose, é o homem tornado inseto frente à realidade urbana avassaladora, burocrática e tão cheia de gigantismos. Samsa reproduz a sensação do homem que virou o inseto insignificante das cidades modernas e que, quando em vez, morre aos milhões nos campos de guerra. Nenhum autor representou de forma tão contundente a modernidade. Segundo o crítico literário George Steiner, "o extremismo da posição literária de Kafka (...) torna a estrutura representativa e a centralidade de sua façanha mais notáveis. Nenhuma outra voz foi testemunha mais verdadeira da natureza de nossos tempos."

Para ler Kafka são necessários alguns cuidados especiais, entre eles, contar com uma certa atenção à maneira com que toda obra se constrói, principalmente seus períodos; estar sempre consciente de que toda a criação literária de Kafka foi dolorida, feita com o intuito de não parecer bonita, de ser, principalmente, uma obra baseada na dor; ficar atento a todos os detalhes do texto, pois em Kafka, até as imperfeições são propositais, ou seja, segundo Theodor Adorno, até "as deformações em Kafka são precisas".

Durante sua vida, Kafka nunca conseguiu atingir grande fama com seus livros, porém, algum tempo depois de sua morte, no dia 3 de junho de 1924, em um sanatório perto de Viena, onde internara-se por causa de sua tuberculose, sua obra literária atingiria enorme influência sobre as pessoas, passando a ser cultuada por leitores de quase todo o planeta.


Um trecho

“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar-se um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no topo do qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas inúmeras pernas, lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas diante de seus olhos”.

Primeiro parágrado de A Metamorfose, sua obra mais famosa.


Uma dica

O melhor tradutor da obra de Kafka para o português é, sem dúvida, Modesto Carone. Se puder, escolha os livros traduzidos por ele.

Obras do autor disponíveis no Farol Tom Jobim:
  • A Metamorfose
  • O Processo

domingo, 6 de julho de 2008

Uma comemoração com diversão e cultura

A comemoração pelos 11 anos do Farol do Saber Tom Jobim, realizada na última quinta-feira, reuniu usuários da comunidade do bairro Santa Cândida e, mais que apenas uma festa de aniversário, foi um verdadeiro encontro cultural.

Confira as fotos do evento:


O músico Daniel Faria cantou composições de Tom Jobim e de outros artistas populares brasileiros.

"Encantador de platéias": Daniel, que é funcionário da Gerência de Bibliotecas dos Faróis do Saber, atraiu a atenção e animou a todos com o seu show.
Lá atrás, em pé: Professora Leunice, atendente do Farol, Avany Alencar e Professora Janete, atendente do Farol.

Ao centro, Ilda Garcia Kolling (de jaqueta preta), professora atendente do Farol Tom Jobim, e Rosana Carvalho Polli (de blusa verde), gerente de Bibliotecas dos Faróis do Saber, puxam o coro do "Parabéns pra você".

Lilian, com a pequena Vitória no colo, Franciele, Ineldir, Jicele e Jurema: usuárias, colaboradoras e amigas do Farol Tom Jobim assistem ao show de Daniel Faria.

Ao fundo, um retrato de Tom Jobim pintado pela artista plástica Salete Lettermann, que também trabalha no Farol. Seus quadros atualmente estão expostos no saguão do supermercado Angeloni, no bairro Água Verde.

Paul Meira, usuário do Farol, aproveitou para tomar um refri.

Em breve, mais fotos aqui no blog!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Uma bela festa!

Dezenas de pessoas estiveram na noite desta quinta-feira no Farol do Saber Tom Jobim para comemorar o seu 11º aniversário. A festa teve direito a bolo, exposição de fotos e de um quadro da artista plástica Salete Lettermann retratando o maestro soberano e ainda um belo show do músico Daniel Faria, que cantou músicas de Tom e de outros compositores brasileiros.

Em breve, as fotos do evento estarão aqui no blog.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

E já estamos em julho...

Julho é o sétimo mês do ano no Calendári Gregoriano, tendo a duração de 31 dias. Julho deve o seu nome ao imperador romano Júlio César, sendo antes chamado Quintilis em latim, dado que era o quinto mês do Calendário romano, que começava em março. Também recebeu esse nome por ser o mês em que César nasceu.

Astrologicamente, julho começa com o sol no signo de câncer e termina no signo de leão.

Julho também é um mês no qual nasceram - ou morreram - diversos escritores famosos e importantes da literatura brasileira e mundial.

No dia 2 de julho de 1877 nasceu o alemão Hermann Hesse, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1946.

Também no dia 2, mas do ano de 1916, nascia a escritora Zélia Gattai, esposa do também escritor Jorge Amado e falecida recentemente.

Em 3 de julho de 1883 nasceu o tcheco Franz Kafka, autor de clássicos como A Metamorfose - que narra o caso de um homem que acorda transformado num gigantesco inseto -, O Processo e Um artista da fome.

Em 4 de julho de 1948 morria um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX: Monteiro Lobato, bastante conhecido por sua obra de livros infantis e seus inesquecíveis personagens como o Saci, a Cuca, Narizinho e Tia Anastácia, entre outros.

No dia 10, do ano de 1871, quem nascia era o francês Marcel Proust.

Durante este mês, estremos discorrendo neste blog, mais detalhadamente, sobre a obra destes e de outros escritores nascidos - ou falecidos - em julho.

domingo, 29 de junho de 2008

Comemoração de aniversário será na quinta, dia 3

As comemorações pelo 11º aniversário do Farol do Saber Tom Jobim serão realizadas no dia 3 de julho, quinta-feira, às 19 horas. A comunidade do Santa Quitéria e de toda Curitiba está convidada, assim como fãs das músicas de Tom Jobim, pois o músico Daniel Farias estará lá tocando violão e cantando músicas do cantor e compositor - patrono do Farol. A festa também terá, é claro, um bolo.

A data do aniversário é dia 11/07, mas a festividade foi antecipada devido às férias escolares.

Seja bem vindo! Sua presença é importante!

terça-feira, 24 de junho de 2008

A obra completa do maestro soberano


Você é músico, gosta de Tom Jobim e quer aprender a tocar suas músicas? Pois o Farol do Saber Tom Jobim possui em seu acervo uma rara coleção com toda a obra completa do músico, incluindo os arranjos de todas as suas cerca de 250 canções.

A coleção, intitulada "O Cancioneiro Jobim - Obras Completas" é de autoria de seu filho, Paulo Jobim, e é dividida em seis volumes
– cinco com a obra completa e uma edição de luxo, uma biografia com obras escolhidas – contendo partituras originais para piano, fotos e textos (em português e inglês). Os filhos de Paulo, Daniel e Dora Jobim, também integram a equipe de produção do trabalho.


Na verdade, antes de morrer, em 8 de dezembro de 1994, Tom Jobim já trabalhava em um projeto para fazer uma edição com sua própria obra musical completa, inspirado nos songbooks de Rodgers & Hart, Cole Porter e Gershwin, os pilares da canção americana. O sonho do maestro soberano acabou sendo realizado anos depois, por sua família.

Os livros são organizados cronologicamente e publicam a obra completa em partituras, mas os fãs de Tom que não sabem diferenciar dó de fá sustenido não precisam se afligir. A biografia traz uma série de petiscos e curiosidades, como depoimentos de Tom, bilhetes e partituras manuscritas, desenhos e fotos, muitas fotos. Os textos, em português e inglês, dão um ótimo panorama geral da obra e da vida do autor. O texto, escrito por Sérgio Augusto, não se pretende biografia, mas encontra o tom certo fornecendo de maneira leve, agradável e bem amarrada as informações sobre a vida e a obra de Tom.

Detalhe: esta nobre coleção não está disponível para locação, somente para consulta no próprio Farol do Saber. Mas quem quiser obter as partituras pode tirar uma fotocópia.


domingo, 22 de junho de 2008

Aniversário do Farol é destaque na Gazeta do Povo

A coluna "Entrelinhas", da Gazeta do Povo deste domingo, destaca o aniversário do Farol do Saber Tom Jobim, no próximo dia 11 de julho. Confira a nota:


Para Tom Jobim
O Farol do Saber Tom Jobim, no Santa Quitéria, em Curitiba, completa 11 anos no próximo dia 11 de julho. Para comemorar a data, os funcionários estão elaborando uma exposição sobre a carreira do músico, compositor e poeta que dá nome ao equipamento. Por isso, pedem à comunidade que empreste fotos, pôsteres e capas de discos de Tom Jobim. O material pode ser entregue no próprio Farol (R. Curupaitis, s/n.º – Santa Quitéria) até o fim de junho, e será devolvido após o evento. Como parte das comemorações, o Farol está lançando o seu blog http://faroltomjobim.blogspot.com. Informações: (41) 3329-1452.


Em breve o blog divulgará maiores detalhes sobre a programação de aniversário. Aguardem!


quinta-feira, 19 de junho de 2008

Nosso bairro e nossa história: a praça Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo

O Farol do Saber Tom Jobim está situado numa bela praça, no bairro Santa Quitéria, de nome Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo. Mas você sabe quem foi ele?

Nascido em
5 de julho de 1872 no município de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo foi um dos mais importantes estudiosos paranaenses. Cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, onde formou-se em dezembro de 1893. De volta ao Paraná, foi procurador fiscal e deputado e dedicou-se também à carreira de professor. Além de lecionar Direito, deu aulas de pedagogia, porfuguês, lógica, literatura, moral, psicologia e história da filosofia.

Foi um dos beneméritos fundadores da Sociedade de Socorro aos Necessitados e, juntamente com sua filha Anete, fundou a primeira escola maternal do estado.

Autor de importantes obras como
Judiciário Paranaense, de 1923, e Para a Codificação do Processo Criminal, de 1909, foi o primeiro ocupante da Cadeira Número 2 da Academia Paranaense de Letras - atualmente ocupada por Ernani Buchmann.

Azevedo Macedo morreu em 1955, deixando um importante legado.

Além da praça em Curitiba, o filho ilustre de Campo Largo também dá nome à Biblioteca Municipal de sua cidade natal. Fica localizada num prédio histórico (foto abaixo), que foi sede da primeira delegacia do município, na Rua do Centenário, 2011 - Centro.

Biblioteca Municipal Dr. Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo, em Campo Largo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

19 anos sem Leminski

Há 19 anos, em junho de 1989, o Paraná perdia um de seus maiores portas. Morria, no dia 7 daquele mês, Paulo Leminski (foto).

Filho de Paulo Leminski e Áurea Pereira Mendes. Mestiço de pai polonês com mãe negra, Paulo Leminski Filho sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados populares.

Em 1958, aos catorze anos, foi para o Mosteiro de São Bento em São Paulo e lá ficou o ano inteiro.

Participou do I Congresso Brasileiro de Poesia de Vanguarda em Belo Horizonte onde conheceu Haroldo de Campos, amigo e parceiro em várias obras. Leminski casou-se, aos dezessete anos, com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Sousa (da qual se separou em 1968).

Estreou em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari, em São Paulo, porta-voz da poesia concreta paulista.

Casou-se em 1968 com a também poetisa Alice Ruiz, com quem viveu durante vinte anos. Algum tempo depois de começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a primeira mulher do poeta e seu namorado, em uma espécie de comunidade hippie. Ficaram lá por mais de um ano, e só saíram com a chegada do primeiro de seus três filhos: Miguel Ângelo (que morreu com dez anos de idade, vítima de um linfoma). Eles também tiveram duas meninas, Áurea (homenagem a sua mãe) e Estrela.

Dentre suas atividades, criou habilidade de letrista e músico. Verdura, de 1981, foi gravada por Caetano Veloso no disco Outras Palavras. A própria bossa nova resulta, em partes iguais, da evolução normal da MPB e do feliz acidente de ter o modernismo criado uma linguagem poética, capaz de se associar com suas letras mais maleáveis e enganadoramente ingênuas às tendências de então da música popular internacional. A jovem guarda e o tropicalismo, à sua maneira, atualizariam esse processo ao operar com outras correntes musicais e poéticas. Por sua formação intelectual, Leminski é visto por muitos como um poeta de vanguarda, todavia por ter aderido à contracultura e ter publicado em revistas alternativas, muitos o aproximam da geração de poetas marginais que, embora ele jamais tenha sido próximos de poetas como Francisco Alvim, Ana Cristina César ou Cacaso. Por sua vez, em muitas ocasiões declarou sua admiração por Torquato Neto, poeta tropicalista e que antecipou muito da estética da década de 1970.

Na década de 1970, teve poemas e textos publicados em diversas revistas - como Corpo Estranho, Muda Código (editadas por Régis Bonvicino) e Raposa. Em 1975 - e lançou o seu ousado Catatau, que denominou "prosa experimental", em edição particular. Além de poeta e prosista, Leminski era também tradutor (traduziu para o castelhano e o inglês alguns trechos de sua obra Catatau, o qual foi traduzido na íntegra para o castelhano).


Músico e letrista, Leminski fez parcerias com Caetano Veloso e o grupo A Cor do Som entre 1970 e 1989.Teve influência da poesia de Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, convivência com Régis Bonvicino, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Wally Salomão, Antônio Cícero, Antonio Risério, Julio Plaza, Reinaldo Jardim, Regina Silveira, Helena Kolody, Turiba.

Entre 1984 e 1986, em Curitiba, foi tradutor de Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima.


Publicou o livro infanto-juvenil ‘’Guerra dentro da gente’’, em 1986 em São Paulo.


Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Além de um grande escritor, Leminski também era faixa-preta de judô. Sua obra literária tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos.


ALGUNS POEMAS DE LEMINSKI:


Amor Bastante


quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante

basta um instante
e você tem amor bastante

um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto


* * *

Não Discuto

não discuto
com o destino

o que pintar
eu assino


* * *

Incenso Fosse Música

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além


OBRAS DISPONÍVEIS NO FAROL DO SABER TOM JOBIM:

  • Catatau
  • Melhores poemas
  • Ensaios e anseios cripticos
  • O ex-estranho

Junho na História

Junho é o sexto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome é derivado da deusa romana Juno, mulher do deus Júpiter.

Em 21 de junho ou próximo a esse dia, o Sol atinge o ponto mais ao norte em sua trajetória pelo céu. É o solstício de junho, começo do verão no Hemisfério Norte e do inverno no Hemisfério Sul.

Eventos Históricos

  • 1533 - Fundação da cidade de Cartagena das Índias, na atual Colômbia.
  • 1604 - Constituição pelos ingleses da Companhia das Índias, que dá início ao império colonial da Grã-Bretanha.
  • 1837 - Tratado de Tafna, que põe fim à guerra que a França vinha sustentando no norte da África.
  • 1898 - Guerra de Cuba - Os norte-americanos dão início ao bloqueio de Santiago de Cuba.
  • 1920 - É inaugurada em Berlim a primeira exposição do dadaísmo no mundo.
  • 1924 - Fábrica Ford de Detroit coloca no mercado o automóvel de número 10 milhões.
  • 1933 - Inauguração da Exposição Universal de Chicago.
  • 1945 - Segunda Guerra Mundial - Destruição de Osaka - Era considerado um dos alvos preferenciais dos aliados no Japão. Em 14 de março de 1945, essa cidade, equiparada a Chicago em extensão, recebeu 2.240 toneladas de bombas. Em primeiro de junho, os B-29 despejaram mais 6.110 toneladas dos explosivos, destruindo as indústrias e anulando qualquer esforço dos japoneses.
  • 1946 - Detido e fuzilado em Bucareste como criminoso de guerra o ditador romeno Ion Antonescu,
  • 2006 - Inaugurado oficialmente o Pólo Petroquímico de Itaboraí.

Feriados e eventos cíclicos

  • Semana Mundial do Meio Ambiente - Estabelecido por Resolução da ONU
  • Dia de Caxias - Evento local - Brasil
  • Parada do orgulho LGBT em São Paulo, a maior manifestação contra a discriminação sexual no mundo.
  • Dia dos namorados (12 de junho)
  • Dia do Correio Aéreo Nacional (12 de junho)

Bem-vindos ao Farol do Saber Tom Jobim

Aqui você encontrará um mundo de informação e cultura!