quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Prepare-se para a nova língua portuguesa

A partir do início de 2009, fique atento: entra em vigor em janeiro o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que prevê a padronização ortográfica entre todos os países da língua portuguesa.

A reforma ortográfica vem sendo discutida desde 1990 pelos países que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste.


O Brasil será o primeiro país a implementar as regras oficialmente. Mas não se assuste: as mudanças serão feitas de forma paulatina, com um prazo de conclusão até o início de 2013. Durante os quatro anos de transição as as duas formas serão aceitas.


As mudanças devem atingir aproximadamente 0,5% das palavras adotadas no Brasil. Nos demais países as alterações podem alcançar 1,6%. As mudanças mais significativas estão relacionadas à acentuação de palavras, incluindo a extinção do trema.


Veja o que muda com a reforma


• O alfabeto passa de 23 para 26 letras, com a inclusão de “k”, “y” e “w”.


Acentuação


Acento agudo


• Eliminação do trema. Exemplo: bilíngue. Só será mantido em palavras estrangeiras, como Hübner.


• Nas paroxítonas desaparece o acento agudo dos “i” e “u” tônicos depois de ditongos. Exemplo: feiura.


• Não leva acento o “u” tônico de formas rizotônicas dos verbos arguir e redarguir. Exemplo: arguem.


• O acento agudo de palavras paroxítonas com ditongos abertos “éi” e “ói” deixam de existir. Exemplos: ideia e heroico.


• Fica facultativo o emprego de acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito, em diferenciação à grafia do presente do indicativo. Exemplos: amámos, cantámos.


Acento circunflexo


• Palavras terminadas em “ôo” deixam de ser acentuadas. Exemplo: voo.


• As formas verbais da terceira pessoa do plural terminadas em “êem” perdem o acento circunflexo. Exemplos: leem, veem.


• Ficam aceitas as duas formas: econômico/económico, acadêmico/académico, fêmur/fémur.


Grafia


• A reforma aceita duplas grafias em algumas palavras se elas forem pronunciadas tal como são escritas. Exemplo: facto/fato.


Hífen


• Expressões que perderam a noção de composição devem ser grafadas sem hífen. Exemplo: mandachuva, paraquedas.


• Emprega-se o hífen quando a segunda palavra começa com “h” ou quando inicia com a mesma vogal que encerra a primeira. Exemplo: pré-história, super-homem, micro-ondas.


• Exclui-se o hífen quando a segunda palavra inicia com “r” ou “s” ou com vogal diferente da que encerra a primeira. Ex.: antissemita, antirreligioso, autoestrada. Exceção: quando o “r” vem do prefixo (hiper, inter, super). Exemplo: super-rápido.


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